LÍNGUA PORTUGUESA PARA O ENSINO MÉDIO PROFESSORA LUZA MAI Língua Portuguesa: 5. FUNÇÕES DA LINGUAGEM

segunda-feira, 4 de julho de 2016

5. FUNÇÕES DA LINGUAGEM

                                               Para o dia 13/09/2016

Amor: Hoje vai ter algumas novidades. Viva o romance sem receios tendência para ser reconhecido.    
Saúde: Hoje você terá muita energia. Se puder, pratique natação será melhor para as articulações.       
Dinheiro:Talvez fará uma viagem de negócios onde obterá grande êxito. Renove suas metas, mude suas ideias. 
Família: Hoje não se sentirá muito bem. Concretize seus projetos em família.                                                
                        https://www.google.com.br/search?q=signo+de+capricórnio&biw 

Horóscopo é definido , nos dicionários, como um "prognóstico acerca da vida de uma pessoa, tirado, segundo pretendem os astrólogos, da situação de certos astros na hora do nascimento dessa pessoa" (Dicionário Aurélio). De fato, alguns horóscopos são assim, ou seja, fazem a descrição da personalidade e do comportamento das pessoas nascidas sobre um determinado signo. Mas os horóscopos publicados em revistas e jornais, com o passar do tempo, acabaram adquirindo uma nova faceta: aconselham, determinam, ordenam, com a evidente intenção de influenciar o comportamento do leitor. A gramática dessas mensagens é organizada em função dessa intencionalidade: tudo está centrado no interlocutor, predominam as formas verbais no imperativo (viva, pratique, renove, mude, concretize). 

MECANISMOS DE SELEÇÃO E COMBINAÇÃO


A língua é entendida como "a parte social da linguagem", ou seja, ela pertence a uma comunidade ou grupo social, como por exemplo, a língua portuguesa, a língua francesa, etc. Só a comunidade como um todo pode agir sobre ela. Entretanto, cada indivíduo pode fazer uso da língua conforme a sua vontade, criando assim, a fala. Ou seja, ao realizar um ato de comunicação verbal, dentro das possibilidades que a sintaxe da língua oferece. Esse trabalho de seleção e combinação não é aleatório, não é realizado ao acaso, mas está intimamente ligado à intenção do falante. Afinal, seleção significa "escolha fundamentada".

       Língua"(...) é a parte social da linguagem, exterior ao indivíduo, que, por si só, não pode nem criá-la nem modificá-la; ela não existe senão em virtude duma espécie de contrato estabelecido entre os membros da comunidade".
        A fala "(...) é sempre individual e dela o indivíduo é sempre o senhor. A língua é necessária para que a fala seja inteligível e produza os seus efeitos; mas esta é necessária para que a língua se estabeleça; historicamente, o fato da fala vem sempre antes". 
                                                                  Fonte
                                                    Resultado de imagem para curso de linguística geral ferdinand saussure


A Seleção

Quando falamos em seleção, precisamos atentar em dois aspectos:

* aspecto gramatical: a seleção pode se dar em conjuntos ou subconjuntos que funcionam como unidades sintáticas dentro da unidade maior que é a frase (a essas unidades sintáticas chamamos sintagmas). Por exemplo, no enunciado "A lua favorece sua relação a dois e associações.", o conjunto "A Lua" funciona como sujeito, formando um sintagma centrado num substantivo. O falante poderia selecionar outros elementos, mantendo a mesma estrutura:


  • A Lua...       
  • O Sol...        
  • O Clima...                            ...favorece...
  • O ambiente...
  • A noite...      
  • Tudo...          
O mesmo poderia ocorrer com o verbo que funciona como núcleo do predicado:

                                       favorece
                                       ajuda     
             *A Lua              ilumina 
                                       refresca 
                                       acalenta  



* aspecto ideológico: a seleção pode se dar em um conjunto de palavras que poderiam ser entendidas como sinônimos:
  • o menino...    
  • o moleque...  
  • o pivete...                        ...pegou o doce
  • o garoto...      
  • a criança...     
  • o trombadinha...
Observe que , nesse caso, o termo selecionado é revelador, vem carregado de juízo de valor, reflete um posicionamento, uma leitura de mundo, uma ideologia.


A combinação


Seguindo a mesma linha também quando falamos em combinação, precisamos atentar em dois aspectos:
  • aspecto gramatical: já vimos que os enunciados precisam obedecer às regras da gramática natural da língua, combinando adequadamente seus elementos ( caso contrário, teríamos conjuntos agramaticais). Assim, é possível combinar artigos e adjetivos com substantivos; verbos com seus eventuais complementos, antecedidos ou não de preposição; advérbios de intensidade com verbos, adjetivos e outros advérbios:
                                                       ...ajuda     
 A mulher                    pediu                           
                                                      ..ao guarda

O homem                   lamentou    muito         

  • aspecto ideológico: dentro do leque de opções que as estruturas gramaticais , oferecem o falante pode optar por uma ou outra, dependendo do que quer enfatizar, realçar. Por exemplo: a língua oferece a possibilidade de construir um enunciado na voz ativa ou na voz passiva: a combinação feita pelo falante nunca é aleatória. Compare:
           - A mulher foi ajudada pelo guarda.                     - O guarda ajudou a mulher.

A informação é a mesma, mas , na primeira construção, o elemento mulher, sujeito da oração, está realçado; na segunda, o realce recai no elemento guarda, sujeito da oração.

AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM


Segundo a intenção do falante, suas escolhas e combinações realizadas, sobre qual dos elementos da comunicação centra-se a mensagem, podemos reconhecer diferentes funções da linguagem.

Função referencial - a mensagem centrada na informação

Quando o foco recai sobre o referente, sobre o assunto, temos a função referencial, também chamada de cognitiva ou denotativa. Nesse caso, a comunicação visa predominantemente discorrer sobre um assunto de maneira denotativa. Pelas suas características, é a função que predomina em teses e textos informativos em geral.

* Denotativa: a linguagem denotativa é basicamente informativa, ou seja, não produz emoção ao leitor. É a informação com o único objetivo de informar. É a forma de linguagem que lemos em jornais, bulas de remédios, em um manual de instruções etc. Denotação é o emprego de palavras no seu sentido próprio, comum, habitual, preciso.


A intenção dos textos em que predomina a função referencial é evidenciar e esclarecer da melhor forma possível o referente, evitando ambiguidades. Privilegia, portanto, a ordem direta. Seu traço mais marcante é a objetividade e o consequente distanciamento do interlocutor, e sua principal marca gramatical é a terceira pessoa, como se observa no texto abaixo:



Função conativa - a mensagem centrada no interlocutor

        Também conhecida por função apelativa, centra-se no interlocutor com o intuito de chamar sua atenção, interferir em seu comportamento, conseguir adesão; consequentemente, suas marcas características são o emprego da segunda pessoa do discurso (tu/você; vós/vocês) e das formas verbais ou expressões imperativas.
         Como é a mais persuasiva das funções, é muito usada nos textos publicitários, no discurso político, em horóscopos e textos de autoajuda. Como a mensagem está centrada no outro, recorre-se, de maneira explícita, ao uso de argumentos que façam parte do universo do interlocutor.
          
          O texto da revista Veja é um bom exemplo da função apelativa ou conativa da linguagem. Todas as frases estão centradas no interlocutor e têm a intenção de interferir em seu comportamento. Os verbos na 3ª pessoa do imperativo afirmativo são responsáveis pelo tom geral do anúncio: assine, aproveite, parcele, escolha, informe, dê. 

A revista apresenta, ainda, um detalhe que merece ser comentado: seu nome é um verbo no imperativo, na terceira pessoa do singular, e tem uma história curiosa: logo que foi lançada, os editores ficaram com receio de que o público apenas "visse" a revista e não a lesse; então acrescentaram outro verbo, e seu nome foi por muito tempo, VEJA e LEIA. Esse caso ilustra bem a força da função conativa da linguagem.




Função fática - testando o canal


Canal (teoria da comunicação) Suporte material ou sensorial através do qual se faz a comunicação; meio utilizado para enviar o sinal de um emissor a um receptor. (Dicionário Aurélio - Século XXI)

A função fática está orientada para o canal físico que dá suporte à mensagem. A intenção é verificar a "ponte" de comunicação, para se certificar do contato, prolongando-o e?ou testando-o.

São exemplos comuns que evidenciam a função fática alguns cacoetes da oralidade como "né?", "certo?", "Ahã", "sei...", "hum hum", "compreende?", "alô", e "tá me ouvindo?".


A função metalinguística - a mensagem centrada no código


A principal característica da função metalinguística é o fato de a mensagem estar centrada no próprio código. Cada função tem um foco em um dos elementos da comunicação e, para a função metalinguística, nada é mais importante do que a própria palavra e seus desdobramentos. Nela, o código é utilizado para falar sobre o próprio código, explicando-o e analisando-o.



Nos textos verbais, o código é a língua. No dia a dia, recorremos com frequência à função metalinguística mesmo que intuitivamente. Quando questionamos nosso interlocutor sobre algo que não entendemos daquilo que ele nos falou, a resposta provavelmente será construída através de um texto metalinguístico. Nosso interlocutor retoma aquilo que disse, explicando-nos minuciosamente o conteúdo de sua mensagem.



Para Roman Jackobson, “todo processo de aprendizado da linguagem, particularmente a aquisição, pela criança, da língua materna, faz largo uso das operações metalinguísticas”. Quando a criança está na fase de aprender sobre os conceitos linguísticos, o tempo todo ela faz perguntas sobre o próprio código, buscando assim o seu entendimento. Os estudantes também estão em contato frequente com a metalinguagem, pois, quando estudamos, fazemos o exercício constante de elaborar conceitos e definições, tentando explicá-los com “nossas próprias palavras”.

                                 (http://portugues.uol.com.br/redacao/funcao-metalinguistica.html)


Função emotiva - o texto em primeira pessoa


A função emotiva, nosso objeto de estudo, é caracterizada por sua mensagem centrada no emissor, isto é, uma mensagem na qual é encontrada toda a expressividade de um discurso construído na primeira pessoa. Nela, estão evidenciadas algumas marcas gramaticais peculiares. Observe algumas das principais características da função emotiva da linguagem:

► Verbos e pronomes em primeira pessoa;

► Interjeições (responsáveis por revelar o estado emocional do falante;

► Adjetivos valorativos;

► Sinais de pontuação como reticências e pontos de exclamação.

Comumente, as funções emotiva e poética são relacionadas com o discurso literário, principalmente com os poemas. Contudo, a função emotiva pode estar presente em vários tipos de textos e gêneros textuais. Observe como ela pode manifestar-se nas histórias em quadrinhos:


A função emotiva pode permear qualquer tipo de texto, seja ele uma narração, uma descrição ou uma dissertação

A função emotiva pode estar presente também em músicas, depoimentos, entrevistas, narrativas de caráter memorialista, críticas subjetivas de cinema, teatro e demais manifestações artísticas nas quais o discurso esteja centrado no próprio emissor. Vale ressaltar que, em dissertações argumentativas, o uso da função emotiva da linguagem deve ser evitado.
                                    (http://portugues.uol.com.br/redacao/funcao-emotiva.html)


Função Poética - uma especial seleção e arrumação das palavras

A função poética da linguagem é um elemento de comunicação utilizado para chamar a atenção do destinatário da mensagem para o texto

A função poética da linguagem é um elemento de comunicação utilizado para chamar a atenção do destinatário da mensagem para o texto.
A função poética da linguagem, um dos seis elementos da comunicação prescritos pelo linguista russo Roman Jakobson, tem como principal característica a emissão de uma mensagem elaborada de maneira inovadora, encontrada predominantemente na linguagem literária, sobretudo na poesia.

O centro de interesse da comunicação na função poética é o próprio texto e, por isso, alguns recursos são utilizados para chamar a atenção do destinatário para a mensagem. Forma e conteúdo ganham um novo arranjo para provocar no leitor o prazer estético. Recursos como efeitos sonoros e rítmicos, além do uso das diversas figuras de linguagem, colaboram na tentativa de deslocar a mensagem de uma estrutura convencional que tolhe a criatividade artística. Observe alguns exemplos em que a função poética da linguagem é predominante:

Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

Carlos Drummond de Andrade


Com intenção de incorporar à arte as estruturas matemáticas geométricas, os poetas concretistas subverteram a forma do poema
Com intenção de incorporar à arte as estruturas matemáticas geométricas,
 os poetas concretistas subverteram a forma do poema


Convite

Poesia

é brincar com palavras

como se brinca

com bola, papagaio, pião.

Só que

bola, papagaio, pião

de tanto brincar

se gastam.

As palavras não:

quanto mais se brinca

com elas

mais novas ficam.

Como a água do rio

que é água sempre nova.

Como cada dia

que é sempre um novo dia.

Vamos brincar de poesia?

José Paulo Paes

Capaz de conferir enorme expressividade aos textos, a função poética da linguagem não está restrita aos textos literários e aos poemas: é muito utilizada na publicidade, na música e em provérbios. Dessa forma, é importante ressaltar que nem sempre a linguagem literária apresenta o predomínio dessa função.                                               (http://portugues.uol.com.br/redacao/funcao-poetica.html)







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ATIVIDADES


1.  
Peter Turnley/Corbis
"Beba Coca-Cola"

Esse famoso slogan , como tantos outros, é uma mensagem muito bem estruturada. comente as funções da linguagem que predominam na mensagem.


2.
Com intenção de incorporar à arte as estruturas matemáticas geométricas, os poetas concretistas subverteram a forma do poema
Décio Pignatari

a) Comente a(s) função(ões) da linguagem que predominam no texto.

b) O poeta Décio Pignatari decompõe e reordena letras e sílabas das palavras  beba, coca, cola. Comente essa "brincadeira".

c) Você concordaria com a afirmação de que o poema "Beba Coca-Cola" é uma "antipropaganda"? Justifique sua resposta.

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QUESTÕES DE VESTIBULARES

1. (FGV-SP)
Leia o seguinte texto de Ubirajara Inácio de Araújo.  Todo texto é uma sequência de informações: do início até o fim, há um percurso acumulativo delas. Às  informações já conhecidas, outras novas vão sendo  acrescidas e estas, depois de conhecidas, terão a si outras  novas acrescidas e, assim, sucessivamente. A construção  do texto flui como um ir e vir de informações, uma troca  constante entre o dado e o novo.

É CORRETO afirmar que, nesse texto, predominam
A) função referencial e gênero do tipo dissertativo.
B) função fática e gênero de conteúdo didático.
C) função poética e gênero do tipo narrativo.
D) função expressiva e gênero de conteúdo dramático.
E) função conativa e gênero de conteúdo lírico.

2. (UM-SP)
"Estou farto do lirismo comedido
do lirismo bem comportado
do lirismo funcionário público com livro de (ponto expediente protocolo
e manifestações de apreço ao sr. diretor.
(...)
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico"
                                Manuel Bandeira



Assinale a afirmativa correta.

a )  O lirismo caracterizado no terceiro verso é o oposto do lirismo comedido (primeiro verso).
b )  No quarto verso, o eu lírico repudia o envolvimento amoroso.
c )  Raquítico e Sifilítico, nesse contexto, são palavras antônimas.
d )  No terceiro verso, as expressões que caracterizam o lirismo pertencem a campos semânticos diferentes.
e )  A palavra lirismo, no poema, é índice de função metalingüística, isto é, revela que o assunto do poema é o próprio fazer poético.


3. (UFBA)
       "Esforço-me para não fazer ficção a partir dos acontecimentos que narro neste diário.
(...) Não gosto de imaginar como as pessoas se encontram, como as coisas acontecem,
gerando enfado ou surpresa; não gosto de imaginar que frases são ditas, que gestos são feitos.
Pego, na minha lembrança, uma cena antiga, construída pelo meu cotidiano, e trabalho-a
segundo a minha intenção no romance. Como um bom cozinheiro, recheio a personagem com a
minha pessoa, antes de assá-la no forno da imaginação poética. Transformo-a em personagem
que pode apetecer os mais requintados gostos. Como bom copeiro, ponho a mesa, pratos e
talheres para a situação banal do dia-a-dia, enriquecendo-a de detalhes acessórios e significativos.
Gosto que tudo signifique. Até uma vírgula."

SANTIAGO, Silviano. Em liberdade: uma ficção de Silviano Santiago.4. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1994. p. 98-99.

Leia o fragmento transcrito e explique a forma como a função metalinguística nele se manifesta.

4. (ENEM) 
"A propaganda pode ser definida comodivulgação intencional e constante de mensagens destinadas a um determinado auditório visando criar uma imagem positiva ou negativa de determinados fenômenos. A Propaganda está muitas vezes ligada à idéia de manipulação de grandes massas por parte de pequenos grupos. Alguns princípios da Propaganda são: o princípio da simplificação, da saturação, da deformação e da parcialidade."

(Adaptado de Norberto Bobbio, et al. Dicionário de Política)

Segundo o texto, muitas vezes a propaganda

a) não permite que minorias imponham idéias à maioria.
b) depende diretamente da qualidade do produto que é vendido.
c) favorece o controle das massas difundindo as contradições do produto.
d) está voltada especialmente para os interesses de quem vende o produto.
e) convida o comprador à reflexão sobre a natureza do que se propõe vender.


5. (FUVEST-SP)

Observe, acima, esta figura de Escher:
Na linguagem verbal, exemplos de aproveitamento de recursos equivalentes aos da gravura de Escher encontram-se, com frequência:

a) nos jornais, quando o repórter registra uma ocorrência que lhe parece extremamente intrigante.

b) nos textos publicitários, quando se comparam dois produtos que têm a mesma utilidade.

c) na prosa científica, quando o autor descreve com isenção e distanciamento a experiência de que trata.

d) na literatura, quando o escritor se vale das palavras para expor procedimentos construtivos do discurso.

e) nos manuais de instrução, quando se organiza com clareza uma determinada seqüência de operações.


6. (ESPM-SP) 
Baseando-se na tirinha abaixo, a afirmação descabida (errada) é:


a) Helga, mulher de Hagar, no primeiro balão, usa uma fala com sentido conotativo, ou seja, figurado, ao avaliar positivamente a fase inicial do casamento.

b) A resposta de Hagar, no último quadrinho, revela uma interpretação referencial (literal) da fala de Helga, quando confessa sobre as consequências negativas do seu gesto.

c) A resposta de Hagar, "É verdade", no segundo balão, revela plena concordância ideológica com a esposa a respeito do casamento.

d) A expressão que gerou duplo sentido foi "colocar num pedestal".

e) Pela fala de Helga, entende-se que no início o homem valoriza a esposa, e subentende-se que, com o passar dos anos, essa consideração se desfaz.


As questões de números 7 e 8 referem-se ao texto seguinte, de Arnaldo Antunes.

fora de si

"eu fico louco
eu fico fora de si
eu fica assim
eu fica fora de mim
eu fico um pouco
depois eu saio daqui
eu vai embora
eu fico fora de si
eu fico oco
eu fica bem assim
eu fico sem ninguém em mim"

7. (UNIFESP-SP)
 A leitura do poema permite afirmar corretamente que o poeta
explora a idéia de

a) buscar a completude no Outro, conforme atesta a função apelativa, reforçando que o Eu, quando fora de si, necessariamente se funde com o Outro.

b) sair de sua criação artística, retratando, pela função poética, a contradição do fazer literário, que não atinge o poeta.

c) perder a noção de si mesmo, e também perder a noção das outras pessoas, o que se mostra num poema metaligüístico.

d) extravasar o seu sentimento, como denuncia a função emotiva, reafirmando a situação de desencanto e desengano do poeta.

e) criar literariamente como brincar com as palavras, o que se pode comprovar pela função fática da linguagem.

8. (UNIFESP-SP)
Para construir a idéia de fora de si, o poeta vale-se

a) do uso exagerado do pronome eu, associando-o ao interlocutor em 2ª pessoa do singular.

b) de variações lingüísticas, sugerindo que ficar fora de si é transmutar-se também em outras pessoas gramaticais.

c) da utilização de pronome indefinido – ninguém –, como forma de sugerir a idéia de imprecisão.

d) de pronomes reflexivos que apontam para o próprio sujeito, numa atitude de olhar internamente.

e) de estruturas paralelísticas que garantem a ideia de oco, embora o poeta se mostre centrado em si mesmo, independentemente dos outros.

9. (UFAC)
Leia com atenção o texto a seguir e assinale a alternativa que identifica corretamente a função da linguagem que nele predomina.

Vexames

Muita gente não sabe usar um celular. Veja o que você não deve fazer com ele.

• Não ande com o celular pendurado na calça. Fica feio. Guarde-o na mochila. Dá para escutá-lo do mesmo jeito.

• Desligue o celular durante as aulas – ou em lugares públicos, como o cinema. Depois você acessa a caixa postal e pega a mensagem.

• Nunca telefone durante a aula. Não adianta se abaixar, nem cobrir o celular com o cabelo. As pessoas vão perceber que você está no telefone.

• Quando estiver com apenas uma amiga, não fique horas falando no celular.

• Não fique oferecendo o seu telefone só para ser simpática. Lembre-se da conta que vai chegar.

(Capricho, 21 nov. 1999.)


a) referencial
b) poética
c) fática
d) metalinguística
e) conativa

10. (UNAMA-AM)

"(...) Julieta do céu! Ouve...a calhandra
já rumoreja o canto da matina,
Tu dizes que eu menti?...pois foi mentira...
...Quem cantou foi teu hálito, divina!"
                                                                          Castro Alves

Nesses versos de Castro Alves, além da evidente função poética, marcas linguísticas como o imperativo "ouve" e o emprego da segunda pessoa apontam para o uso da função:

a) metalinguística
b) conativa
c) fática
d) emotiva

11. (UFGO-GO) 
Leia os textos seguintes.

Texto A

Pausa poética

"Sujeitos sem predicados
Objeto
Sem voz
Passivo
Já meio pretérito
Vendedor de artigos indefinidos
Procura por subordinada
Que possua alguns adjetivos
Nem precisam ser superlativos
Desde que não venha precedida
De relativos e transitivos
Para um encontro vocálico
Com vistas a uma conjugação mais que perfeita
E possível caso genitivo."
                     
Paulo César de Souza

Texto B

"SOU DIVORCIADO - 56 anos,
desejo conhecer uma mulher,
desimpedida, que viva só, que
precise de alguém muito sério
para juntos serem felizes.
800-0031 (discretamente falar com Astrogildo)
                                    O Popular. Goiânia, 25.set. 1994, p.13. Classificados


Os textos A e B, apesar de se estruturarem sob perspectivas funcionais diferentes, exploram temáticas semelhantes. Para responder à questão, some os pontos correspondentes às alternativas corretas

01. no texto A, o autor usa de metalinguagem para caracterizar o sujeito e o objeto de sua procura, ao passo que no texto B, o locutor emprega uma linguagem com predominância da função referencial.

02. a expressão ‘meio pretérito’, do texto A, fica explicitada cronologicamente na linguagem referencial do texto B.

04. a expressão ‘Desde que não venha precedida de relativos e transitivos’, no texto A, tem seu correlato em ‘mulher desimpedida que vive só’, do texto B.

08. comparando os dois textos, pode-se afirmar que ambos expressam a mesma visão idealizada e poética do amor.

16. no texto A, as palavras extraídas de seu contexto de origem (categorias gramaticais e funções sintáticas) e ajustadas a um novo contexto criam uma duplicidade de sentido, produzindo efeitos, ao mesmo tempo lúdicos e poéticos.

32. há predomínio da função de caracterização tanto no texto A quanto no texto B.


12. (UFGO-GO)

A frase a seguir foi extraída de anúncio que ''vende'' produto hidratante para pele. 

O anúncio é esse: 

Hoje você é uma uva.
Mas, cuidado, uva passa.

a) Comente a superposição de funções gramaticais que recai sobre a palavra passa.

b) Explique os efeitos persuasivos provocados por essa superposição.

c) Discorra sobre a função de linguagem que predomina na frase.



Texto para a questão 13

   
Doce da Amazônia: Coca-Cola usa açúcar da floresta e dá novo sabor à vida de 22 mil pessoas

A Coca-Cola que dois milhões de pessoas vão beber durante as Olimpíadas, no outro lado do mundo, tem o gostinho da Amazônia. Uma usina encravada na floresta, numa paisagem rodeada de igarapés, produz o açúcar que adoça o refrigerante mais vendido em todo o País e que sai daqui para a Austrália. No caminho do território da onça-pintada à terra dos cangurus, o produto da Usina Jayoro ajuda a dar um sabor diferente à vida dos moradores da pequena Presidente Figueiredo, a 107 quilômetros de Manaus. No município, de 22 mil habitantes, dos quais apenas sete mil vivem na área urbana, a produção de 16 mil toneladas de açúcar por um ano, num canavial de 590 quilômetros quadrados, é sinônimo de mais de dois mil empregos diretos e indiretos.

Em consequência, o distrito-sede tem todas as ruas asfaltadas e sobram vagas nas escolas. “A usina funciona como um programa social para o município. Os empregos gerados por ela ajudaram até a diminuir os índices de alcoolismo e de divórcios entre a população”, afirma o prefeito de Presidente Figueiredo, Fernando Vieira. “Além disso, o empreendimento abre portas para que outras agroindústrias se instalem por aqui.”
Istoé,30 ago.2000

13. (UEPA-PA)
Neste texto,  predomina a seguinte função da linguagem:

a) referencial
b) poética
c) conativa
d) fática
e) metalinguística


14. (UEPA-PA)

 "Olhe, eu podia mesmo contar-lhe a minha vida inteira, em que há outras coisas interessantes, mas para isso era preciso tempo, ânimo e papel, e eu só tenho papel: o ânimo é frouxo, e o tempo assemelha-se à lamparina de madrugada. Não tarda o sol do outro dia, um sol dos diabos, impenetrável como a vida. Adeus, meu caro senhor, leia-me isso e queira-me bem: perdoe-me o que lhe parecer mau, e não maltrate muito a arruda, se lhe não cheira a rosas. Pediu-me um  documento humano e ei-lo aqui. Não me peça também o império do Grão-Mogol, nem a fotografia dos  Macabeus, peça, porém, os meus  sapatos de defunto e não os dou a ninguém mais."
                                                                           ASSIS, Machado de. O enfermeiro.

O texto apresenta, além de outras funções da linguagem, a função expressiva, por, em certos trechos, orientar-se para a :

a) primeira pessoa do discurso.
b) segunda pessoa do discurso.
c) terceira pessoa do discurso.
d) mensagem por ela mesma.
e) explicação da linguagem.



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